Como você sabe, os trabalhos de Charles Darwin deram — e, em alguns casos, ainda dão! — o que falar. Mas o que você talvez não saiba é que o naturalista britânico conduziu um experimento no qual usou amigos e conhecidos como ratinhos de laboratório. Segundo Janara Lopes do site Ideia Fixa, Darwin costumava mostrar fotografias de pessoas recebendo choques elétricos no rosto para que seus convidados reconhecessem diferentes expressões faciais.
E não pense que o cientista fazia isso apenas pelo simples prazer de apavorar os amigos! Tudo fazia parte de um experimento que, mais tarde, se transformou em um livro intitulado “A Expressão das Emoções no Homem e nos Animais”, publicado em 1872. O volume chegou a vender algumas milhares de cópias.
Pouco científico
Segundo Janara, apesar de o estudo ser sério — e estar focado em sanar a curiosidade do naturalista sobre a existência de expressões universais e se havia variações influenciadas culturalmente —, o método utilizado não foi muito científico. Isso porque a amostragem de Darwin consistiu em uma quantidade muito pequena de participantes (foram apenas 24), e ele nem considerou um grupo de controle ou o uso de materiais consistentes.
Mas, voltando ao experimento... Charles Darwin apresentava aos seus conhecidos uma série de fotografias clicadas pelo fisiologista francês Benjamin Duchenne nas quais indivíduos apareciam levando choques em diversas partes do rosto. Cada retrato mostrava diferentes regiões se contraindo — criando expressões distintas —, e Darwin pedia que os participantes identificassem as emoções transmitidas pela pessoa da foto.
Experimento atualizado
De acordo com David MacNeal do site Wired, uma equipe da Universidade de Cambridge resolveu retomar os trabalhos de Darwin, recriando o experimento online. Desta vez, foi considerada uma amostragem composta por mais de 18 mil participantes que viram as mesmas fotos do passado, com a diferença que foram incluídos diferentes vocabulários emocionais e repertórios dos diferentes períodos.
Curiosamente, os cientistas descobriram que os resultados do experimento refletem de certa forma os de Darwin, descobrindo que as emoções variam não só culturalmente, mas historicamente também. Aliás, a conclusão da equipe de Cambridge foi que ocorreu uma evolução na forma como percebemos as emoções transmitidas através de expressões faciais.
A seguir você poderá conferir um dos conjuntos de fotografias — mostrando um pobre homem sofrendo nas mãos dos médicos — utilizados pelo naturalista britânico em seu experimento. As imagens foram identificadas pelas impressões da época de Darwin e, depois, pelas dos participantes no estudo conduzido pelo pessoal de Cambridge. Veja:
1 – Susto e angustia
Impressão atual: horror e choque.
2 – Sofrimento
Impressão atual: tristeza, preocupação e desvario.
3 – Choro de desgosto
Impressão atual: confusão.
4 – Riso
Impressão atual: felicidade.
5 – Pesar e desespero
Impressão atual: tristeza.
6 – Metade do rosto choro e a outra riso
Impressão atual: felicidade.
7 – Surpresa
Impressão atual: surpresa.
8 – Terror
Impressão atual: medo, surpresa e terror.
9 – Agonia, tortura e susto
Impressão atual: irritação e choque.
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E você, caro leitor, concorda com as impressões descritas acima? E sobre o experimento maluco conduzido por Charles Darwin, qual é a sua opinião sobre isso? Não deixe de contar para a gente nos comentários!